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A 11 de novembro assinalou-se o centenário do
fim da I Guerra Mundial (1914-1918), uma guerra que resultou em vários
milhões de mortos e feridos. A propósito desta efeméride o Papa
Francisco afirmou: «A página histórica do primeiro conflito mundial é,
para todos, uma severa advertência para refutar a cultura da guerra e
procurar todos os meios legítimos para pôr fim aos conflitos que ainda
ensanguentam várias regiões do mundo. Parece que não aprendemos».
E, depois de pedir orações pelos milhões de vítimas «daquela imensa
tragédia», lançou um repto: «apostemos na paz, não na guerra!».
Este nosso mundo, contudo, parece não ter aprendido a lição: apesar de
já ter passado por duas Grandes Guerras, que fizeram milhões de vítimas,
continua a apostar na guerra como meio legítimo para pôr fim aos
conflitos.
Apostar na paz é o caminho! Contudo, como afirmou o Papa
Francisco em Amã (Jordânia, 24.05.2014), «a paz não se pode comprar, não
está à venda. A paz é um dom que se deve buscar pacientemente e
construir “artesanalmente” através dos pequenos e grandes gestos que
formam a nossa vida diária». O nosso mundo tem
necessidade, por isso, de quem lhe leve e testemunhe a paz. Este nosso
tempo, continuamente ameaçado pela violência multifacetada, precisa de
quem lhe indique o caminho para construir a paz; «precisa de obreiros de
paz e de pessoas livres e libertadoras, pessoas corajosas que saibam
aprender do passado para construir o futuro sem se fechar nos
preconceitos; precisa de construtores de pontes de paz, de diálogo, de
fraternidade, de justiça e de humanidade».
A
exemplo de Jesus Cristo, que cheio do Espírito do Pai, «veio anunciar a
boa nova da paz» (Efésios 2,17), também nós, seus discípulos, ungidos
pelo mesmo Espírito, que «ungiu interiormente Jesus, e unge os
discípulos para que tenham os mesmos sentimentos de Jesus e possam,
assim, assumir na sua vida atitudes que favoreçam a paz e a comunhão
(…), somos enviados como mensageiros e testemunhas de paz»
a este mundo que tanta necessidade tem «de nós como mensageiros de paz,
como testemunhas de paz!».
É neste espírito que
propomos este itinerário, pautado por textos selecionados de testemunhas
de paz contemporâneas portuguesas, para celebrar
e viver o Advento de 2018, seja na paróquia, em família ou em grupo,
tendo como ideia central a temática da Paz.
Neste tempo litúrgico em
que, em piedosa e alegre expectativa, alimentada pela oração e pelo
compromisso efetivo do amor feito serviço, nos preparamos para acolher o
Deus que, na fragilidade de um Menino, vem ao nosso encontro como «a
paz» (cf. Efésios 2,14; Isaías 9,6), deixemo-nos interpelar pelas
testemunhas de paz que nos instigam «a sair da mediocridade tranquila e
anestesiadora», a deixar de ser espetadores e
passar a ser protagonistas da História. Levemos a paz ao mundo.
Testemunhemos a paz que tem a sua fonte em Deus, a paz que nos trouxe o
Senhor Jesus!
16 págs. A5; Novembro 2018 - € 1.50
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