Disponível on-line:
Livro dobrado
A5
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Em 2015, segundo dados das Nações Unidas, em todo o
mundo:
- O número de migrantes internacionais (pessoas que
vivem num país diferente do de origem) atingiu os 244 milhões, um
aumento de 71 milhões ou 41% em comparação com 2000;
- 65,3 milhões de pessoas estavam deslocadas devido
a perseguição, conflito, violência generalizada ou violação dos direitos
humanos, das quais 21,3 milhões eram refugiados num país estrangeiro,
40,8 milhões deslocados internos e 3,2 milhões à procura de asilo;
- O número de refugiados atingiu o seu nível mais
alto desde a Segunda Guerra Mundial.
A dimensão desta tragédia humanitária, que não pode deixar ninguém
indiferente, mas a tod@s deve interpelar, tem sido uma das principais
preocupações do pontificado do Papa Francisco, o qual não se tem cansado
de, repetidamente, a denunciar não só com palavras mas também com gestos
concretos, e apelar ao compromisso, urgente, de todos neste âmbito, mas
dos cristãos principalmente. E este «[é] um compromisso que envolve
todos, sem exclusão. As dioceses, as paróquias, os institutos de vida
consagrada, as associações e os movimentos, assim como cada cristão,
todos são chamados a acolher os irmãos e as irmãs que fogem da guerra,
da fome, da violência e das condições de vida desumanas. Todos juntos
somos uma grande força de apoio para quantos perderam pátria, família,
trabalho e dignidade», como exortou ao comentar as palavras de Jesus:
«Era estrangeiro e acolhestes-me; estava nu e vestistes-me» (Mt
25,35-36), na Audiência Geral do passado dia 26 de Outubro.
É, pois, neste espírito, que propomos este itinerário para o Advento de
2016, com contributos para a sua celebração e vivência seja na paróquia,
em família ou em grupo, tendo como ideia central a temática da
Paz.
Neste tempo litúrgico em que, em expectativa vigilante e laboriosa,
alimentada pela oração e pelo compromisso efectivo do amor feito
serviço, nos preparamos para acolher o «Príncipe da Paz» que vem ao
nosso encontro, o qual com a sua família «no doloroso caminho do exílio,
em busca de refúgio no Egipto [,…] experiment[ou] a condição dramática
dos prófugos, marcada por medo, incerteza e dificuldades (Cf. Mt
2,13-15.19-23)», saibamos redescobrir o dom da hospitalidade, «um
profundo valor evangélico, que alimenta o amor e é a nossa maior
segurança contra as odiosas ações de terrorismo» , acolhendo como nossos
irmãos e irmãs tod@s @s que se viram forçad@s a abandonar os seus países
de origem, devido à crise económica, aos conflitos armados e às mudanças
climáticas.
Porque outro mundo é possível se há hospitalidade,
assumamos, neste Advento 2016, o compromisso de criarmos uma cultura da
hospitalidade, de modo a que esta seja «direito de todos e dever para
todos» . Como bem afirma Leonardo Boff: «Todos têm o dever de hospedar e
o direito de ser hospedado porque vivemos na mesma Casa Comum».
16 págs. A5; Novembro 2016 - € 1.50
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